
Criado pelo cartunista americano Otto Messmer, Felix é um exemplo bem sucedido da exploração do potencial plástico e surreal da arte do Cinema de Animação. O mundo que o gato preto habitava era um mundo artificial, abstrato, sem limites. Messmer aproveitava, assim, para flertar com os movimentos artísticos de vanguarda da época, como o surrealismo, o concretismo e o expressionismo.
A série de personagens do Gato Felix apresentava uma saída para o problema da uniformização da animação identificado em boa parte das demais séries. Tudo bem que a série Félix valeu-se da repetição e tantas outras técnicas que simplificavam a produção, como todas as outras. Mas através da exploração do surreal, a obra deixava de ser previsível, gerava uma expectativa e uma ansiedade sobre os rumos do enredo e sobre as situações que poderiam surgir, atiçando o espanto e a curiosidade do espectador.

O sucesso absoluto de Felix durou quase dez anos, até o fim do cinema mudo de animação. O sucesso de Felix era fruto de piadas visuais. Com as possibilidades trazidas pelo som sincronizado, Felix tornou-se ultrapassado. Quando Pat Sullivan (produtor da série de Felix) decidiu investir na sonorização dos filmes do felino, já era tarde demais. A personagem havia sido superada, e nunca mais tornaria a ser tão popular quanto fora até 1928.
Fonte: Personagens da animação brasileira, de Daniel Pinna
Nenhum comentário:
Postar um comentário