segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Dragões ou brinquedos?

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Confesso que foi com certa surpresa que vi “Como Treinar seu dragão” (DreamWorks) ser eleito o melhor longa metragem de animação pelo júri do Annual Annie Awards, superando Toy Story 3 (Disney Pixar). Na verdade, ainda não digeri bem a novidade.

Os dois filmes tem até coisas em comum. A amizade de Banguela e Soluço é tão bonita e cativante como a de Buzz e Woody. Mas Toy Story 3 é, para mim, o que houve de melhor no cinema em 2010. É mais divertido e de uma emoção mais intensa que até o primeiro filme da série (e do que seu concorrente).

Resolvi então deixar a birra de lado (ela ainda não passou) e tentar enumerar os pontos fortes de “Como treinar seu dragão” que podem ter feito o diferencial para o júri. E cheguei a conclusão de que a produção da DreamWorks não dá para rivalizar com a turma dos brinquedos nos quesitos diversão, entretenimento, enredo e comoção. Mas é um filme visualmente exemplar.

No longa, são representadas várias espécies de dragão, desenhadas de forma bastante caricatas. Cada uma delas solta pela boca um tipo diferente de fogo (as imagens inflamáveis são muito bonitas). A luminosidade nessas cenas são muito bem tratadas. Os vôos de Banguela também são lindos, com destaque para a textura das nuvens e do mar nórdico.

“Como treinar seu dragão” também conta com personagens fortes. Soluço é o adolescente em fase de afirmação. E Banguela é quase um gato. A expressão dos seus olhos é muito bem trabalhada e tem uma personalidade inicialmente arredia que beira o temperamento de Stitch.

No dia 27 os concorrentes voltam a se enfrentar na entrega do Oscar. Boas chances de revanche para Toy Story, que além de concorrer como melhor longa de animação, está cotado também para melhor filme do ano. É muita moral. E confesso. A torcida estará com os brinquedos.


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